A reação do mercado ao projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil foi bem diferente agora da que aconteceu em novembro, quando a proposta foi divulgada pela primeira vez.
O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, subiu 0,49%, enquanto o dólar caiu 0,19%, para no menor valor desde outubro, a R$ 5,67 ontem, no dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou o projeto de lei que trata do tema ao Congresso Nacional.
Já em 27 de novembro do ano passado, a reação do mercado foi bem diferente: o dólar fechou no, até então, maior valor nominal da história (sem contar a inflação), com alta de 1,80%, a R$ 5,912. O Ibovespa despencou 1,73%. Nas semanas seguintes, a moeda americana avançou bem mais, chegando a R$ 6,26.
O que mudou?
O dia 27 de novembro de 2024 foi de pânico no mercado de capitais. Os investidores esperavam há meses o pacote de corte de gastos do governo e, quando ele foi anunciado, veio acompanhado da proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. “Foi uma divulgação muito desastrosa porque o mercado esperava corte e não renúncia fiscal”, explica André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferência internacional Remessa Online.
Agora, o mercado reagiu positivamente porque a comunicação mudou. “O governo agora detalhou melhor as medidas de compensação para a perda de arrecadação, o que gerou menos incerteza”, diz Daniela Lopes, planejadora financeira e assessora de investimento da Ébano Investimentos.
A isenção pode significar uma renúncia de impostos de R$ 27 bilhões ao ano. Mas a criação de uma alíquota mínima para quem ganha acima de R$ 50 mil ao mês reduz a percepção de risco fiscal.
Cenário mudou
Cenário internacional impactou reações do mercado. “No ano passado, os investidores internacionais estavam todos indo para os Estados Unidos, em busca de segurança e juros altos. Agora, esse caminho mudou e o dinheiro está vindo para os mercados emergentes”, afirma Rodrigo Moliterno, diretor de renda variável da Veedha Investimentos
Fonte: Uol
Materia: Lílian Cunha
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